De 21 a 24 de julho de 2009, realizou-se em Poços de Caldas o 8º Congresso do Sind-UTE Minas Gerais. Embora em presença tenha sido o maior, com cerca de 1600 delegados, talvez tenha sido o mais despolitizado dos Congressos, fruto da falta de empenho da direção estadual do Sind-UTE em promover um debate construtivo e sério.
Lamentavelmente, somente uma voz foi ouvida no Congresso, e essa voz foi a do Governo Federal. Todos os palestrantes convidados foram do campo governista, atuando na CNTE, na CUT e diretamente no governo. Entre eles, o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. O Congresso mais pareceu uma convenção petista, onde o nome de Dilma Russef foi proclamado como a esperança de dias melhores para o país e de Patrus como alternativa a Aécio Neves.
O campo da oposição muda Sind-UTE estava encampado por Conlutas, Intersindical e quem ainda não se posicinou sobre uma alternativa à CUT, a subsede Contagem participa deste campo, junto com companheiros de Juiz de Fora, Triângulo, Centro Oeste, da Grande BH e de outras regiões. Porém não teve voz, apesar de ter escrito a mais lúcida tese e de ser coerente do início ao fim do congresso.
A CTB, ligado a o PcdoB, tambem estava presente ao congresso, mesmo tendo uma tese independente ao campo majoritário ao da direçao cutista do sindicato, acabou por defender o governo e a direção do sindicato. Porém havia muitos pontos em comum conosco e poderia ter caminhado para uma unidade em defesa dos trabalhadores e uma alternativa combativa aos ataques dos governos e que não foi possível.
Distanciamento das Bases.
Não houve espaço para apresentar uma alternativa combativa para as lutas que virão. A ausência de tempo para os debates em grupo foi quase total, além de nenhum delegado poder escolher qual assunto queria debater (essa escolha foi feita por computador, segundo a organização do Congresso). Um congresso de 4 dias de discussão so teve 2 horas para trabalhos em grupos, onde seria o espaço privilegiado para que as (os) delegadas (os) pudessem apresentar propostas e que se realmente as bases tivessem voz. Mas nem isto foi possivel.,
Entre as resoluções aprovadas, a defesa incondicional ao governo Lula. Qualquer crítica ao governo é tratada como “jogo da direita”. A proporcionalidade defendida pela oposição e a CTB e o fim dos mandatos ilimitados no sindicato, não foram aprovados. É o retrocesso de nosso sindicato, escorado nos andaimes da burocratização e do atrelamento do sindicato ao governo.
A coerência da oposição, por fim, não pode ser ignorada. No plano de lutas, alguns pontos defendidos na nossa tese foram incluídos, como o ato no dia 14 em defesa dos empregos e contra a crise, as lutas contra os ataques implementados por Aécio a educação e a saúde, retirada das tropas brasileiras do Haiti, alem de outros pontos.
Uma alternativa é necessária.
Os trabalhadores que exigem profundas mudanças na estrutura do Sind-UTE não vão desistir. É hora de encorparmos nosso movimento para as lutas vindouras. Por isto temos que construir um movimento de oposição ao sindute estadual que incorpore todos aqueles que querem lutar e defenfem um sindicato democrático e de luta, por uma educação pública de qualidade e pela valorização dos trabalhadores em educação, esse é nosso lema!
É necessário mudar o sindute!
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