sábado, 9 de maio de 2009

Congresso: Proporcionalidade no Sind-ute!

O Congresso do Sind-ute se aproxima e entendemos ser necessário ir pontuando algumas polêmicas que, possivelmente, podem surgir nesse Congresso, polêmicas estas que se resolverão a favor do conjunto dos trabalhadores em educação, a depender da nossa habilidade e capacidade de discutir claramente as questões!
Uma questão que queremos discutir com os trabahadores em educação é: por que consideramos importante aprovarmos a propocionalidade no Sind-ute?
Entendemos que essa discussão não passa por uma questão meramente aparelhista, ou seja, não se trata de nós, movimento de oposição,querermos pegar carona na composição da Diretoria do Sind-ute! A discussão seria rasa, caso as teses contivessem esse elemento como o pólo definidor da possível polêmica, seja em forma declarada, seja em forma velada! Não se trata disso! Todos sabemos que a Articulação Sindical é a corrente majoritária na direção do Sind-ute e a vontade da categoria ainda não decidiu eleger uma posição comprometida com as teses do movimento de oposição! Nesse sentido, a disputa de concepção segue seu caminho natural, e os trabalhadores em educação, com sua experiência, vão se definindo em torno das teses que acharem que melhor lhes representam. Nós, do movimento de oposição muda-sindute, não fugimos desse desafio, e continuaremos lutando para convencer os trabalhadores de que temos as melhores propostas para a luta necessária no âmbito da educação! Portanto, quanto à questão da proporcionalidade ou não, achamos que a discussão não deva ser guiada pela disjuntiva estar na direção do aparelho ou não estar!
Outro pólo possível, em torno do qual poderia se dar a polêmica, passaria pela questão da democracia, isto é, nós do movimento de oposição, é claro, por sermos democráticos, defenderíamos a proporcionalidade por acharmos salutar ter a diretoria de nosso sindicato composta de forma proporcional, pois, assim, a direção do sindicato expressaria melhor a vontade da categoria, não estando a serviço de uma única corrente de pensamento político. Com certeza, por uma questão de estratégia*, mais do que de tática, a democracia operária já seria um forte argumento para mudarmos o rumo de organização do nosso sindicato, ou seja, compondo-o proporcionalmente! Contudo, apesar de acharmos importante a questão da democracia, não entendemos que esta deva ser a única definidora do posicionamento em torno da polêmica proporcionalidade ou não proporcionalidade no sindicato!
Por fim, se não se trata de aparelhismo, se não se trata apenas da democracia operária, por que justificaria a defesa da proporcionalidade na direção do sindicato? Acreditamos que nós, do movimento de oposição muda-sindute, em nossas teses devamos sempre estar expressando aquilo que é melhor para o conjunto da classe trabalhadora, no caso, para o conjunto dos trabalhadores em educação. E a experiência tem mostrado que a proporcionalidade tem sido o melhor para o conjunto da classe! Na greve de 2008, onde fizemos comandos de mobilização unificado,sem sectarismo, pensando em mobilizar o conjunto da categoria, a greve apresentou mais força! Ficou provado que, apesar das diferenças políticas existirem, estas não podem ser impedimento na hora de construir o melhor para a conjunto da classe. Sejamos francos, a nossa categoria precisa da união de todas as forças políticas que, de algum modo, ainda propõem alguma forma de luta para poder enfrentar os desafios que lhe estão colocados. Temos a clareza de que, sozinha, a direção majoritária do sind-ute não cumpre esse papel. Portanto, entendemos que o melhor para a nossa classe é mostrar-lhe as diferenças políticas que existem, seguir a disputa sadia do projeto político na base, sem contudo deixar-lhe fragilizada por falta de uma direção sindical mais amadurecida. E uma direção sindical composta de forma proporcional, a nosso ver, é uma direção mais amadurecida: é uma direção que já superou o que chamaríamos de "umbiliquismo aparelhista", é uma direção mais democrática e fundamentalmente é uma direção que deixou de pensar de forma um tanto sectária para levar em conta as necessidades de uma construção coletiva maior, em que certamente, as DIFERENÇAS EXISTEM E SÃO SOBRETUDO SAUDÁVEIS.

*Embora, às vezes, se confunda ou não se queira enxergar, mesmo na esquerda, a questão da proporcionalidade como uma questão de estratégia, colocando-a como mera tática, considero essa posição equivocada, e quero aqui fazer ecoar a democracia operária como um princípio, como uma estratégia, principalmente inscrevendo-me como um lutador pelo socialismo, mas sobretudo um socialismo com democracia operária!

(Opinião do Redator Gílber Martins Duarte)

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