terça-feira, 25 de agosto de 2009

ELEIÇÕES SIND-UTE: TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO PRECISAM DE UMA NOVA DIREÇÃO!


1- QUE SEJA DEMOCRÁTICA:

Congresso vai, congresso vem, e a direção majoritária do Sind-ute recusa-se a aprovar a proporcionalidade para a direção do nosso sindicato. Qual é o medo da direção do sind-ute em democratizar nosso sindicato? Por que o sindicato não pode ter outros pensamentos políticos dentro da sua direção? Estão escondendo algo na gestão do aparato sindical? Será que os pensamentos políticos divergentes não poderiam conviver em uma entidade cujo objetivo deveria ser estimular a luta dos trabalhadores e trabalhadoras em educação? Nós entendemos que sim, sempre defendemos a democracia no sindicato, mas a direção majoritária prefere aparelhá-lo nas mãos de um único grupo político, é claro, o seu grupo.
2- QUE SEJA DE LUTA E NÃO ELEITORALISTA!
Acabamos de sair do congresso do nosso sindicato, e qual foi a tônica que a direção do Sind-ute deu para esse encontro que reuniu cerca de 2000 trabalhadores e trabalhadoras? Organizar a luta para enfrentar o governo Aécio e para exigir um piso nacional decente? Não!!!!! Segundo a maioria dos debates ocorridos, a mensagem foi clara, basta votar em Patrus para o Governo de Minas e para Dilma 2010 que os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras serão resolvidos. Não discutem a dura realidade com os trabalhadores e trabalhadoras em educação, qual seja, sem uma organização forte e sem uma luta árdua nossos problemas tendem a aumentar. Votar unicamente não é a solução para a nossa classe, basta um exemplo, os trabalhadores e trabalhadoras em educação que confiaram já em dois mandatos do governo Lula, até hoje não viram implementado o piso salarial nacional, tantas vezes prometido pelos agentes desse governo, sem contar que tratra-se de um piso rebaixado, por uma jornada de 40 horas. A direção do sind-ute pede paciência, diz que precisamos votar novamente e esperar mais um mandato, diz que quando elegermos Patrus aí sim estaremos próximos do céu, diz que quando o país aumentar a arrecadação, a educação será valorizada!!! Quanta enrolação! Os banqueiros e empresários continuam recebendo bilhões do estado brasileiro, e a educação precisa esperar!!!! Essa direção não é a direção de que precisamos, necessitamos de uma direção que conte a verdade para a categoria e a verdade pode parecer dura, mas é uma só: sem uma luta sem tréguas contra a política do governo Aécio, sem uma luta ampla e forte para exigir do governo federal um piso nacional decente, 10% do PIB para a educação, nada disso será realidade, ficaremos à mercê dos penduricalhos dos governos de plantão que só valorizam a educação nos palanques!
3- Mudar o Sind-ute é urgente, para lutar!
Queremos você na chapa do movimento de oposição Muda Sind-ute, você que acredita que a luta é o caminho, você que acredita que nosso sindicato precisa ser democrático, você que já se cansou de ficar esperando a próxima eleição ou de votar em mais um parlamentar para melhorar a situação da educação, quando, na verdade, são apenas a vida dos parlamentares e dos governantes que melhoram... Muda Sind-ute já! Venha para o movimento de oposição!
(Chamado à construção de uma chapa de oposição MUDA SINDUTE - UBERLÂNDIA)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

8º Congresso do Sind-UTE Minas: Palanque para as eleições 2010, o retrocesso venceu!

De 21 a 24 de julho de 2009, realizou-se em Poços de Caldas o 8º Congresso do Sind-UTE Minas Gerais. Embora em presença tenha sido o maior, com cerca de 1600 delegados, talvez tenha sido o mais despolitizado dos Congressos, fruto da falta de empenho da direção estadual do Sind-UTE em promover um debate construtivo e sério.
Lamentavelmente, somente uma voz foi ouvida no Congresso, e essa voz foi a do Governo Federal. Todos os palestrantes convidados foram do campo governista, atuando na CNTE, na CUT e diretamente no governo. Entre eles, o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. O Congresso mais pareceu uma convenção petista, onde o nome de Dilma Russef foi proclamado como a esperança de dias melhores para o país e de Patrus como alternativa a Aécio Neves.
O campo da oposição muda Sind-UTE estava encampado por Conlutas, Intersindical e quem ainda não se posicinou sobre uma alternativa à CUT, a subsede Contagem participa deste campo, junto com companheiros de Juiz de Fora, Triângulo, Centro Oeste, da Grande BH e de outras regiões. Porém não teve voz, apesar de ter escrito a mais lúcida tese e de ser coerente do início ao fim do congresso.
A CTB, ligado a o PcdoB, tambem estava presente ao congresso, mesmo tendo uma tese independente ao campo majoritário ao da direçao cutista do sindicato, acabou por defender o governo e a direção do sindicato. Porém havia muitos pontos em comum conosco e poderia ter caminhado para uma unidade em defesa dos trabalhadores e uma alternativa combativa aos ataques dos governos e que não foi possível.

Distanciamento das Bases.
Não houve espaço para apresentar uma alternativa combativa para as lutas que virão. A ausência de tempo para os debates em grupo foi quase total, além de nenhum delegado poder escolher qual assunto queria debater (essa escolha foi feita por computador, segundo a organização do Congresso). Um congresso de 4 dias de discussão so teve 2 horas para trabalhos em grupos, onde seria o espaço privilegiado para que as (os) delegadas (os) pudessem apresentar propostas e que se realmente as bases tivessem voz. Mas nem isto foi possivel.,
Entre as resoluções aprovadas, a defesa incondicional ao governo Lula. Qualquer crítica ao governo é tratada como “jogo da direita”. A proporcionalidade defendida pela oposição e a CTB e o fim dos mandatos ilimitados no sindicato, não foram aprovados. É o retrocesso de nosso sindicato, escorado nos andaimes da burocratização e do atrelamento do sindicato ao governo.
A coerência da oposição, por fim, não pode ser ignorada. No plano de lutas, alguns pontos defendidos na nossa tese foram incluídos, como o ato no dia 14 em defesa dos empregos e contra a crise, as lutas contra os ataques implementados por Aécio a educação e a saúde, retirada das tropas brasileiras do Haiti, alem de outros pontos.

Uma alternativa é necessária.

Os trabalhadores que exigem profundas mudanças na estrutura do Sind-UTE não vão desistir. É hora de encorparmos nosso movimento para as lutas vindouras. Por isto temos que construir um movimento de oposição ao sindute estadual que incorpore todos aqueles que querem lutar e defenfem um sindicato democrático e de luta, por uma educação pública de qualidade e pela valorização dos trabalhadores em educação, esse é nosso lema!
É necessário mudar o sindute!

8º Congresso do Sind-UTE Minas: Paanque para as eleições 2010, o retrocesso venceu!

De 21 a 24 de julho de 2009, realizou-se em Poços de Caldas o 8º Congresso do Sind-UTE Minas Gerais. Embora em presença tenha sido o maior, com cerca de 1600 delegados, talvez tenha sido o mais despolitizado dos Congressos, fruto da falta de empenho da direção estadual do Sind-UTE em promover um debate construtivo e sério.
Lamentavelmente, somente uma voz foi ouvida no Congresso, e essa voz foi a do Governo Federal. Todos os palestrantes convidados foram do campo governista, atuando na CNTE, na CUT e diretamente no governo. Entre eles, o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. O Congresso mais pareceu uma convenção petista, onde o nome de Dilma Russef foi proclamado como a esperança de dias melhores para o país e de Patrus como alternativa a Aécio Neves.
O campo da oposição muda Sind-UTE estava encampado por Conlutas, Intersindical e quem ainda não se posicinou sobre uma alternativa à CUT, a subsede Contagem participa deste campo, junto com companheiros de Juiz de Fora, Triângulo, Centro Oeste, da Grande BH e de outras regiões. Porém não teve voz, apesar de ter escrito a mais lúcida tese e de ser coerente do início ao fim do congresso.
A CTB, ligado a o PcdoB, tambem estava presente ao congresso, mesmo tendo uma tese independente ao campo majoritário ao da direçao cutista do sindicato, acabou por defender o governo e a direção do sindicato. Porém havia muitos pontos em comum conosco e poderia ter caminhado para uma unidade em defesa dos trabalhadores e uma alternativa combativa aos ataques dos governos e que não foi possível.

Distanciamento das Bases.

Não houve espaço para apresentar uma alternativa combativa para as lutas que virão. A ausência de tempo para os debates em grupo foi quase total, além de nenhum delegado poder escolher qual assunto queria debater (essa escolha foi feita por computador, segundo a organização do Congresso). Um congresso de 4 dias de discussão so teve 2 horas para trabalhos em grupos, onde seria o espaço privilegiado para que as (os) delegadas (os) pudessem apresentar propostas e que se realmente as bases tivessem voz. Mas nem isto foi possivel.,
Entre as resoluções aprovadas, a defesa incondicional ao governo Lula. Qualquer crítica ao governo é tratada como “jogo da direita”. A proporcionalidade defendida pela oposição e a CTB e o fim dos mandatos ilimitados no sindicato, não foram aprovados. É o retrocesso de nosso sindicato, escorado nos andaimes da burocratização e do atrelamento do sindicato ao governo.
A coerência da oposição, por fim, não pode ser ignorada. No plano de lutas, alguns pontos defendidos na nossa tese foram incluídos, como o ato no dia 14 em defesa dos empregos e contra a crise, as lutas contra os ataques implementados por Aécio a educação e a saúde, retirada das tropas brasileiras do Haiti, alem de outros pontos.

Uma alternativa é necessária.

Os trabalhadores que exigem profundas mudanças na estrutura do Sind-UTE não vão desistir. É hora de encorparmos nosso movimento para as lutas vindouras. Por isto temos que construir um movimento de oposição ao sindute estadual que incorpore todos aqueles que querem lutar e defenfem um sindicato democrático e de luta, por uma educação pública de qualidade e pela valorização dos trabalhadores em educação, esse é nosso lema!
É necessário mudar o sindute!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tese muda-sindute! Discutindo a Conjuntura Nacional!

Conjuntura Nacional:Os efeitos da crise mundial sobre o Brasil

Em se tratando de crise econômica mundial, nenhum país do mundo pode ser considerado uma ilha, e no caso do Brasil a evolução da economia está completamente condicionada à crise internacional. Ainda mais em se considerando o lugar particular em que o país ocupa nesse processo, ao ter se transformado em uma plataforma de produção e exploração utilizada pelas transnacionais e de submetrópole (econômica e política), para ajudar os países imperialistas na colonização dos demais países do globo.
Seguindo o mesmo discurso dos principais governos imperialistas, Lula e sua equipe, assumiram o discurso diante da crise do que “o pior já passou”. Depois de afirmar com toda certeza que as coisas melhorariam a partir de março, agora renovam a aposta para o segundo semestre, mesmo admitindo que haja “recessão técnica” e apresentando índices negativos do PIB no primeiro trimestre.
Toda propaganda de Lula para o próximo período é respaldada numa pequena elevação dos números na produção em setores como o automobilístico, alimentício, petróleo e construção civil, graças a alguma redução do IPI e a centralização de esforços em políticas como a do PAC e do plano de obras para habitação.
Mas mesmo assim, os números não são nada otimistas. Existe uma totalidade em declínio na economia brasileira, o que mais indica uma recessão e não uma retomada da economia. A própria indústria automobilística, o carro chefe da “recuperação”, os limites já estão claros, com a redução do IPI levou a um estímulo temporário das compras, mas os números de vendas ainda estão em patamares inferiores aos dos últimos períodos. E há ainda contradições, existe um outro setor da economia que é distinto da produção e consumo internos, que é o setor dependente das exportações, como o agrícola e mineral. O agronegócio já teve queda nesse semestre em trono de 9,45% em exportações e a Vale teve redução de 25,9% na produção de ferro. A expectativa é que o Brasil vá a 2009 com uma queda em torno de 1,3%.
O desemprego segue crescendo e atingiu em março 15,1% pelos dados oficiais, e como afirmou o próprio governo que para o segundo semestre deverá cair, mais mesmo assim, permanecerá em torno de 11%. As demissões com a crise no país já se aproximam em um milhão de pessoas.
Lula reage à crise usando todo seu poder de propaganda e apoio das principais direções majoritárias das principais centrais dos trabalhadores e dos movimentos populares. Tenta a todo o momento parecer não ter responsabilidade na crise e manter sua popularidade. Mas iniciativas como o PAC, e plano de habitação popular já estão comprometidos. O PAC tem mais da metade de suas obras paradas, o plano de moradias tem uma meta de casas a serem concluídas, mas não tem uma meta para execução e término das obras.
A posição do governo de respaldar o FMI no G20, é um dos maiores crimes políticos de Lula, não deixando assim, dúvidas quanto á semelhanças á governos tucanos como foi FHC e como vem sendo Aécio Neves. Por fora da injeção ao FMI de recursos que podem chegar a 14,5 bilhões de dólares, o mais grave é dar respaldo político do governo brasileiro á recuperação do FMI, órgão falido desde a eclosão da crise e responsável por inúmeras políticas que sucatearam setores de fundamental importância como, por exemplo, a educação.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

REPRESENTANTE ELEITO PARA A ETAPA FINAL DO FÓRUM TÉCNICO PLANO DECENAL DE EDUCAÇÃO FICA DE FORA DO EVENTO.

A Oposição Muda Sind-Ute de Governador Valadares e a Oposição Novo Rumo/Sinsem elaboraram o presente documento de indignação pelo descaso da Secretaria Municipal de Educação de Governador Valadares, da Superintendência Regional de Ensino e do Sind-Ute, que não financiaram a ida de um líder atuante no Colegiado do Centro Interescolar Prefeito Raimundo Soares de Albergaria Filho, Geovani Lopes de Araújo, a Belo Horizonte, alegando não haver recursos para que ele participasse do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação, realizado no Plenário da Assembléia Legislativa em Belo Horizonte, nos dias 13, 14 e 15 de maio.
Geovani foi eleito pelos participantes do último Fórum de Debate ocorrido em Governador Valadares, no dia 03/04/09.
Um dos diretores do Sindicato, também eleito para participar do evento, não foi para Belo Horizonte, mas não sabemos o motivo de sua ausência.
O Plano Decenal de Educação, encaminhado pelo Executivo, está contido no Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que estabelece objetivos, metas e ações para a política educacional do Estado nos próximos dez anos.
O fórum está sendo organizado pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da ALMG, e conta com expositores de diversos segmentos da educação além do Sind-Ute.
Conforme já havíamos nos manifestado em outros momentos, inclusive na imprensa escrita de Governador Valadares, Diário do Rio Doce, os interessados estão ficando de fora de alguns eventos relacionados à educação em Minas Gerais, por falta de comunicação ou por falta de recursos para a participação nos mesmos, e continuamos insistindo em dizer, realizar um fórum para discutir a Educação em Minas Gerais é algo altamente democrático, mas desde que ele não seja a reunião de um grupinho decidindo a vida de um grupão.

Assim, era necessário que se possibilitasse, inclusive com recursos financeiros, que todos os representantes eleitos nos encontros regionais participassem da etapa final do fórum técnico em Belo Horizonte, mas o que parece é que isso foi somente uma promessa de políticos que usam a bandeira da educação.

Aqui em Governador Valadares já havíamos denunciado na imprensa que a elaboração do Plano Decenal da Educação de Minas Gerais é algo desconhecido no interior das escolas estaduais e municipais, onde deveria ser o local principal de tais discussões e que esse fórum só terá realmente sentido se os assuntos a serem tratados forem previamente discutidos no interior das escolas, o que não ocorreu. Concluímos com a fala do Geovani que: “espero que o discutido na etapa final do Fórum seja realmente cumprido naquilo que beneficia educandos e os educadores”.

Lídice Gomes Pimenta da Silva Pereira (Oposição Muda Sind-Ute/GV) e Dirley Joaquim Henriques (Oposição Sinsem Novo Rumo).

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CONGRESSO SIND-UTE: ALGUMAS AVALIAÇÕES SOBRE A CONJUNTURA MINEIRA!

Procuraremos aqui expressar nossa percepção sobre a conjuntura em que se desenvolve a política mineira, sobretudo com destaque para o nosso setor, o da educação. Como age o governo? Como reage a população? Como está a nossa categoria?

Sabemos da popularidade de que usufrui o governador Aécio Neves, sobretudo por conta do apoio que recebeu, ao longo de suas duas gestões, inclusive, do Partido do Trabalhadores, na figura do Governo Federal e da Prefeitura de Belo Horizonte. Não houve nenhuma oposição consequente a esse governo por parte dos setores políticos majoritários de Minas Gerais, e, como resultado, Aécio Neves tenta se cacifar como futuro candidato à Presidência da República, conforme se vê nos jornais, o que não é segredo para ninguém.

Contudo, apesar do apoio recebido, inclusive nas urnas, não nos enganamos com sua política neoliberal, beirando ao autoritarismo. Seu governo caracterizou-se por aquilo que o mesmo chamou de choque de gestão. Como sabemos, o chamado choque de gestão não é mais que uma contenção de gastos com a máquina pública, penalizando principalmente a qualidade do serviço público que deveria ser oferecido para a população. Quem sofreu de perto e de imediato seu choque de gestão foi o funcionalismo público que conviveu, nesse período, com fechamento de vagas de trabalho, e com o congelamento salarial. O congelamento salarial empobreceu muito o funcionários, o que reflete de forma clara na queda da qualidade do serviço público prestado, uma vez que os trabalhadores e trabahadoras se encontram em um stress total diante da correria pela sobrevivência. A rotina do trabalho em dois cargos, nas escolas públicas, é um exemplo claro dessa corrida pela sobrevivência, que, com toda certeza, acarreta consequências negativas na qualidade das aulas oferecidas. Até a participação sindical do trabalhador(a) diminui quando a pressão do trabalho é muita.

Para conseguir implantar sua política de sucateamento, Aécio intimidou as mobilizações do funcionalismo, cortando ponto dos trabalhadores(as) que ousassem entrar em greve, seja de um dia ou mais. Com essas manobras típicas de um governo burguês que recusa-se a negociar com o movimento, o choque de gestão do governo mineiro tem conseguido até o momento suplantar a disposição de luta do funcionalismo, impondo derrotas históricas, como corte de ponto, avaliação de desempenho com caráter punitivo e intervenção direta na organização do trabalho, transferindo trabalhadores de cargo, de local de trabalho, ou mesmo demitindo-os, sem contar na deterioração da assistência de saúde ao servidor. As escolas, além de caindo aos pedaços, em muitos lugares, sofreram ataques que destroem o caráter universalista do ensino médio, e o resultado é o fechamento de vagas de trabalho e estudantes sem acesso a um ensino-aprendizagem decente.

As cobranças sobre os trabalhadores e trabalhadoras é uma outra característica do choque de gestão. Usa-se da tática produtivista-fordista, aplicada nas empresas privadas, para fazer os trabalhadores(as) acreditarem que estão desenvolvendo um trabalho ruim, aquém da necessidade e dos limites técnicos desejáveis, sentindo-se muitas vezes culpados por não ser o funcionário modelo. Toda culpa de falha do sistema recai sob as costas dos trabalhadores e trabalhadoras. Se algo não vai bem no serviço público, o culpado não é o governo que paga mal o funcionalismo, jogando-o na dupla ou tripla jornada, sem oferecer condições estruturais e capacitações adequadas para a melhoria da oferta do serviço prestrado, ao contrário, segundo o discurso de todos os gestores ligados ao governo, A CULPA É NOSSA. Para eles, se há algo de errado, Aécio Neves não é o responsável, SOMOS NÓS. Na educação é fácil comprovar essa tese produtivista-fordista da transferência de responsabilidade. Por exemplo, se o estudante não vai bem nas chamadas avaliações sistêmicas, de quem é a culpa? Os gestores não hesitam, os professores e professoras é que não estão ensinando como se deve. A lógica da produtividade, inclusive na proposta de abono, corrobora mais ainda a tese da gestão empresarial no âmbito do serviço público. Produzir sempre mais e melhor, com o menor custo possível. Tudo isso, é claro, para promover a política neoliberal do estado mínimo. A população, sem informação de como funciona o sistema, ou de como deveria funcionar para melhor lhe atender, sequer consegue criticar esse modelo de gestão. Assim, Aécio Neves se promove apenas às custas de propagandas e de uma naturalização do baixo nível de expectativa e de cobrança da população em relação à qualidade do serviço público oferecido. Tudo parece natural, parece que o serviço público disponível é assim mesmo e que nada mais é possível, e assim os governos seguem enganando o povo. Aécio Neves é só mais um desses governos lobos em pele de cordeiro.

E o funcionalismo como reage? O efeito sonambúlico provocado na consciência do conjunto da população mineira também contamina boa parte do funcionalismo público. Os trabalhadores e trabalhadoras em educação, por exemplo, ousaram esboçar uma reação, no ano passado, contudo, muito aquém da organização e volume de mobilização necessários para derrotar tamanha truculência do governo. É preciso valorizar cada ato corajoso que desafiou o governo mineiro, na oportunidade de nossa greve, entretanto, é preciso ter consciência de que é preciso muito mais organização e muito mais disposição de luta para encostar esse governo na parede e obrigá-lo a negociar com os trabalhadores. Temos de obrigá-lo a negociar, não há outro caminho.
Todavia, para tanto, segundo nossa avaliação e nossa tese, é preciso construir inclusive uma direção sindical mais combativa para dirigir esse processo de resistência, pois, a nosso ver, a direção sindical ligada ao PT, na expressão da articulação sindical, a exemplo de nossa direção do Sind-ute, cria falsas expectativas na consciência dos trabalhadores e trabalhadoras e não os mobiliza para a questões reais. Um exemplo: na greve estadual do ano passado a direção do Sind-ute elegeu como eixo a defesa do Piso Nacional junto ao governo mineiro, isto é, o Sind-ute, a nosso ver, escolheu um modo de não bater de frente com o governador. Dever-se-ia aproveitar a greve para colocá-lo na parede frente aos diversos anos sem reajuste salarial. Contudo, o eixo do Piso Nacional para negociar com o governo mineiro criou e cria falsas expectativas na consciência da vanguarda e, de certo modo, amorteceu e amortece a responsabilidade do governo mineiro para com o aumento salarial dos trabalhadores. O resultado dessa política, em nossa opinião equivocada, é que até o momento não temos Piso Nacional e muito menos aumento de salário.
Uma direção sindical consequente precisa mirar no olho do inimigo e denunciar suas mazelas, enfrentando sua truculência. E a verdade é que Aécio Neves tem congelado o salário dos trabalhadores ao longo de suas gestões, sem contar nas outras mazelas que apontamos mais acima. A direção do Sind-ute faz oposição a Aécio sem opor de fato, pois fica nos limites da agenda do governo federal. É uma oposição que pede e não exige. Qual o pedido da direção do Sind-ute? “Olha, Aécio, pague o Piso Nacional! Se o estado não tiver dinheiro, o governo federal complementa! Cumpra a lei! O Congresso e o Presidente são progressistas,já aprovaram a lei,por que você não a aplica?”. Os trabalhadores e trabalhadoras ficam reféns dessa ilusão que a direção do sindicato fica semeando e sustentando em seus discursos. Parece mais uma oposição amiga, típica das coligações da terceira via que ocorreram em Minas, em 2008, para quem bem se recorda! Esses equívocos políticos de fato não ajudam os trabalhadores e trabalhadoras de Minas Gerais a se armarem teórica e ideologicamente para superarem os desafios que nos estão colocados!

Aécio é nosso inimigo! É inimigo da escola pública! É preciso organizar um poderoso batalhão do funcionalismo para enfrentá-lo! Fora isso,tudo o mais é ilusão!

(Uma contribuição de Gílber Martins Duarte para reflexão e construção da Tese da Oposição Muda-Sindute!)

sábado, 9 de maio de 2009

Congresso: Proporcionalidade no Sind-ute!

O Congresso do Sind-ute se aproxima e entendemos ser necessário ir pontuando algumas polêmicas que, possivelmente, podem surgir nesse Congresso, polêmicas estas que se resolverão a favor do conjunto dos trabalhadores em educação, a depender da nossa habilidade e capacidade de discutir claramente as questões!
Uma questão que queremos discutir com os trabahadores em educação é: por que consideramos importante aprovarmos a propocionalidade no Sind-ute?
Entendemos que essa discussão não passa por uma questão meramente aparelhista, ou seja, não se trata de nós, movimento de oposição,querermos pegar carona na composição da Diretoria do Sind-ute! A discussão seria rasa, caso as teses contivessem esse elemento como o pólo definidor da possível polêmica, seja em forma declarada, seja em forma velada! Não se trata disso! Todos sabemos que a Articulação Sindical é a corrente majoritária na direção do Sind-ute e a vontade da categoria ainda não decidiu eleger uma posição comprometida com as teses do movimento de oposição! Nesse sentido, a disputa de concepção segue seu caminho natural, e os trabalhadores em educação, com sua experiência, vão se definindo em torno das teses que acharem que melhor lhes representam. Nós, do movimento de oposição muda-sindute, não fugimos desse desafio, e continuaremos lutando para convencer os trabalhadores de que temos as melhores propostas para a luta necessária no âmbito da educação! Portanto, quanto à questão da proporcionalidade ou não, achamos que a discussão não deva ser guiada pela disjuntiva estar na direção do aparelho ou não estar!
Outro pólo possível, em torno do qual poderia se dar a polêmica, passaria pela questão da democracia, isto é, nós do movimento de oposição, é claro, por sermos democráticos, defenderíamos a proporcionalidade por acharmos salutar ter a diretoria de nosso sindicato composta de forma proporcional, pois, assim, a direção do sindicato expressaria melhor a vontade da categoria, não estando a serviço de uma única corrente de pensamento político. Com certeza, por uma questão de estratégia*, mais do que de tática, a democracia operária já seria um forte argumento para mudarmos o rumo de organização do nosso sindicato, ou seja, compondo-o proporcionalmente! Contudo, apesar de acharmos importante a questão da democracia, não entendemos que esta deva ser a única definidora do posicionamento em torno da polêmica proporcionalidade ou não proporcionalidade no sindicato!
Por fim, se não se trata de aparelhismo, se não se trata apenas da democracia operária, por que justificaria a defesa da proporcionalidade na direção do sindicato? Acreditamos que nós, do movimento de oposição muda-sindute, em nossas teses devamos sempre estar expressando aquilo que é melhor para o conjunto da classe trabalhadora, no caso, para o conjunto dos trabalhadores em educação. E a experiência tem mostrado que a proporcionalidade tem sido o melhor para o conjunto da classe! Na greve de 2008, onde fizemos comandos de mobilização unificado,sem sectarismo, pensando em mobilizar o conjunto da categoria, a greve apresentou mais força! Ficou provado que, apesar das diferenças políticas existirem, estas não podem ser impedimento na hora de construir o melhor para a conjunto da classe. Sejamos francos, a nossa categoria precisa da união de todas as forças políticas que, de algum modo, ainda propõem alguma forma de luta para poder enfrentar os desafios que lhe estão colocados. Temos a clareza de que, sozinha, a direção majoritária do sind-ute não cumpre esse papel. Portanto, entendemos que o melhor para a nossa classe é mostrar-lhe as diferenças políticas que existem, seguir a disputa sadia do projeto político na base, sem contudo deixar-lhe fragilizada por falta de uma direção sindical mais amadurecida. E uma direção sindical composta de forma proporcional, a nosso ver, é uma direção mais amadurecida: é uma direção que já superou o que chamaríamos de "umbiliquismo aparelhista", é uma direção mais democrática e fundamentalmente é uma direção que deixou de pensar de forma um tanto sectária para levar em conta as necessidades de uma construção coletiva maior, em que certamente, as DIFERENÇAS EXISTEM E SÃO SOBRETUDO SAUDÁVEIS.

*Embora, às vezes, se confunda ou não se queira enxergar, mesmo na esquerda, a questão da proporcionalidade como uma questão de estratégia, colocando-a como mera tática, considero essa posição equivocada, e quero aqui fazer ecoar a democracia operária como um princípio, como uma estratégia, principalmente inscrevendo-me como um lutador pelo socialismo, mas sobretudo um socialismo com democracia operária!

(Opinião do Redator Gílber Martins Duarte)