Sabemos que a CNTE e a Direção do Sind-ute posicionam-se pela defesa incondicional da lei do Piso Salarial Profissional, a ser instituída em âmbito nacional. No dia 02 de abril, a CNTE e Direção do Sind-UTE organizaram uma visita a Brasília sob a bandeira de defesa incondicional da Lei do Piso, como eles dizem "Piso é Lei, Faça Valer!". Além disso, planejam um dia de paralisação nacional ainda nesse primeiro semestre, em que os trabalhadores e trabalhadoras em educação seriam convidados a lutar, em Brasília, pela instituição da Lei do Piso. A questão que colocamos é: seria correto fazer uma defesa incondicional da Lei do Piso, tal como fazem a CNTE e direção do Sind-UTE? Seria uma conquista para os trabalhadores terem a instituição de uma Lei que prevê um Piso Salarial Profissional em torno de R$1.000,00, por uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, a ser corrigido ano após ano?
Ao abrir mão de defender o valor histórico que sempre defenderam, qual seja, um Piso Salarial Profissional calculado com base no Salário Mínimo do Dieese, a CNTE e a Direção do Sind-UTE querem que façamos coro à política rebaixada e miserável que eles, junto com o Governo Lula, estão dispostos a encaminhar para os trabalhadores e trabalhadoras em educação. Usam o argumento de que a direita quer derrubar inclusive essa lei do Piso, logo, todos aqueles que a criticam estariam alinhando-se com a direita e corretos são aqueles que a defendem incondicionalmente. Ora, nada mais inverossímel, para não dizer "falacioso", afinal, por que os trabalhadores e trabalhadoras em educação não estão dando pulos de alegria, loucos para que se aprove tal lei, dispostos a ir até as últimas conseqüências na defesa desse projeto deles e do Governo Lula? Nossa resposta é simples: a defesa incondicional da lei do Piso Salarial Profissional não motiva ninguém, afinal, qu antos trabalhadores e trabalhadoras em educação estão dispostos a enfrentar a direita, em nome do glorioso Piso Nacional? Pouquíssimos, se é que os há, salvo os iludidos, porque, na verdade, um Piso Nacional, por uma jornada de 40 horas semanais, em torno de R$1.000,00, não motiva ninguém, não representa ganho salarial para quase ninguém, apesar das discussões sintático-semânticas da CNTE e direção do Sind-ute, dizendo que a Lei é um "avanço", pois diz que a jornada de trabalho, segundo a lei, é de até 40 horas. A propósito, os trabalhadores e trabalhadoras em educação podem não ser muito bons em análise sintática, ou nos papéis sintático-semânticos da preposição até, mas estamos todos esfolados com as políticas dos governos para com a educação, e todos sabemos que nenhum governo vai pagar acima do mínimo, quando pode pagar o mínimo, ou seja, Aécio Neves não vai pagar o piso de até R$1. 000,00 por uma jornada de 24 horas, quando a lei o permite pagar só até R$570,00 por uma jornada de 24 horas. De atés e salários miseráveis estamos cansados. Até quando? Esse é o até que deveria preocupar a direção do Sind-UTE e CNTE. Mas, esse até eles silenciam, afinal apóiam as políticas do Governo Federal.
Por esses e outros motivos é que não vemos uma grande disposição de luta para a defesa incondicional de tal lei do Piso. De nossa parte, do movimento de oposição muda-sindute, compreendemos que o correto seria criticar os limites financeiros e de jornada de trabalho inscritos nesta lei, rumo à defesa de nossa bandeira histórica, baseada no Salário Mínimo do Dieese, por uma jornada de 20 horas. PISO SIM, MAS DO DIEESE, POR 20 HORAS, FAÇA VALER! É essa palavra de ordem que devemos gritar na Marcha Nacional que a CNTE e a direção do Sind-ute estão propondo no próximo período! Eles (CNTE / SIND-UTE) tentam convencer os trabalhadores e trabalhadoras em educação de que a única coisa possível é contentar com o mínimo, ora, para isso já temos os patrões e os governos! O sindicato é para desobedecer, o sindicato é para ousar propor o novo e desmascarar as políticas de miséria que os governos querem nos fazer engolir! Por fim, sabemos que sem uma luta di reta para melhorar nossos salários com nossos patrões diretos, quais sejam, governadores e prefeitos, nossos salários seguirão congelados e não serão as leis por si só que intervirão nessa dura realidade. Iludir-se do contrário é ter muita, mas muita fé mesmo no Santo! Santo Piso Nacional, difícil esse Santo Valer!
Redator: Gílber Martins Duarte.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
QUE DECEPÇÃO! PRIMEIRO ESPERÁVAMOS QUE CADA CIDADE PÓLO DAS SUBSEDES LEVASSEM UM ÔNIBUS ATÉ BRASÍLIA DIA 02/04, SEGUNDO ESPERÁVAMOS QUE EM BRASÍLIA FOSSE DECIDIDO UMA GREVE GERAL NACIONAL DA EDUCAÇÃO.
ResponderExcluir